Desenvolvimento Pessoal

Oração: Aprenda o Método Correto De Orar

Tempo De Leitura: 5 minutos

 

Gregg Braden é um dos nomes mais destacados internacionalmente no estudo das relações entre ciência e espiritualidade. Em seu livro Segredos de um modo antigo de rezar, nos traz o sentindo natural da oração e a forma correta de rezar.

Abaixo segue uma parte do livro, onde podemos descobrir como nossos ancestrais usavam essa ferramenta de forma correta.

Rezar a “chuva”

Qualquer dúvida que eu poderia ter a respeito da eficácia desse princípio desapareceu num belo dia, no início dos anos 1990. Durante um período de seca extrema nos altos desertos do norte do Novo México, meu amigo David (nome fictício) me convidou para ir até um antigo círculo de pedras para “rezar a chuva”.

Nós nos encontramos no local combinado, e daí em diante eu o segui numa longa caminhada matinal através de um vale com mais de 100.000 acres de arbustos de sálvia. Depois de algumas horas, chegamos a um local que David conhecia muito bem e onde já estivera muitas vezes.

Era um círculo formado de pedras dispostas em geometrias perfeitas de linhas e setas, exatamente como as mãos do seu construtor as haviam colocado num passado distante.

“Que lugar é este?”, perguntei.

“Este é o motivo por que viemos”, disse David sorrindo. “Este círculo de pedras é uma roda de cura que está aqui desde tempos imemoriais.” E continuou, “A roda em si não tem poder. Ela serve como ponto de concentração para quem faz a oração.

Pense nela como um mapa rodoviário — um mapa entre os seres humanos e as forças deste mundo”. Antecipando as minhas próximas perguntas, David descreveu como aprendera a linguagem desse mapa desde a infância. “Hoje”, disse, “percorrerei um antigo caminho que leva a outros mundos. A partir desses mundos realizarei o que viemos fazer aqui. Hoje, rezamos a chuva”.

O sentimento é a verdadeira oração.

Eu não estava preparado para o que vi em seguida. Observei atentamente David tirar os sapatos e pôr delicadamente os pés descalços no círculo, reverenciando as quatro direções e todos os seus ancestrais. Lentamente, juntou as mãos diante do rosto em posição de oração, fechou os olhos e permaneceu imóvel.

Indiferente ao calor do sol a pino do deserto, aos poucos a sua respiração foi ficando lenta e tornou-se quase imperceptível. Depois de alguns minutos, ele respirou profundamente, abriu os olhos, olhou para mim e disse, “Vamos embora. A nossa tarefa aqui está terminada”.

Esperando ver alguma dança ou pelo menos algum canto, fiquei surpreso com a rapidez com que a oração começara e terminara. “Já?”, perguntei. “Pensei que você fosse rezar pedindo chuva!” A resposta de David à minha pergunta é a chave que ajudou muitas pessoas a compreender esse tipo de oração.

Sentando-se para calçar os sapatos, David olhou para cima e sorriu. “Não”, respondeu. “Eu disse que iria rezar a chuva. Se eu rezasse pedindo chuva, nada aconteceria.” Mais tarde naquele dia, David explicou o que queria dizer com essas palavras. Ele começou descrevendo como os anciãos da sua aldeia lhe ensinaram os segredos.

A oração de nossos ancestrais.

Ele começou descrevendo como os anciãos da sua aldeia lhe ensinaram os segredos da oração quando ele ainda era muito jovem. A chave, disse, é que, quando pedimos que alguma coisa aconteça, damos poder ao que não temos. Orações para curar fortalecem a doença. Orações para chover intensificam a seca.

“Continuar a pedir por essas coisas apenas dá mais poder àquilo que gostaríamos de mudar”, afirmou. Penso seguidamente nas palavras de David e no que poderiam significar em nossa vida hoje. Se rezamos pela paz no mundo, por exemplo, ao mesmo tempo em que sentimos verdadeiro ódio dos responsáveis pelas guerras, ou mesmo da própria guerra, podemos inadvertidamente estar fomentando as próprias condições que levam ao oposto da paz!

Com metade das nações do mundo hoje envolvidas em conflitos armados, pergunto-me que papel milhões de orações bem intencionadas pela paz a cada dia podem estar desempenhando e como uma pequena mudança de perspectiva poderia mudar esse papel.

Olhando para David, perguntei, “Se você não fez a oração pedindo chuva, o que então você fez?”

“É simples”, ele replicou. “Comecei a sentir como é a chuva. Senti a sensação da chuva sobre o meu corpo e a sensação de ficar com os pés descalços na lama da nossa aldeia depois de muita chuva. Senti o cheiro da chuva nas paredes de barro das nossas casas e senti como é caminhar nos campos de milho crescido por causa das chuvas abundantes”.

A explicação de David era perfeita. Ele envolvia todos os seus sentidos — os poderes ocultos do pensamento, do sentimento e da emoção que nos diferenciam de todas as outras formas de vida — além dos sentidos do olfato, da visão, do paladar e do tato que nos comunicam com o mundo. Ao fazer isso, ele usava a linguagem poderosa e antiga que “fala” com a natureza.

Foi a continuação da sua explicação que impressionou a minha mente científica, assim como meu coração, e ressoou verdadeiramente em mim. Ele descreveu como sentimentos de gratidão e reconhecimento foram o complemento das orações, como o “amém” dos cristãos.

Em vez de agradecer pelo que havia criado, porém, David disse que se sentia agradecido pela oportunidade de participar da criação. “Com os nossos agradecimentos, nós respeitamos todas as possibilidades, ao mesmo tempo em que trazemos para este mundo as que escolhemos.”

As pesquisas mostram que é exatamente essa qualidade de gratidão e reconhecimento que libera a química vivificante de hormônios poderosos em nosso corpo e fortalece o nosso sistema imunológico. São essas mudanças químicas dentro de nós que os efeitos quânticos levam para além do nosso corpo através do conduto da substância misteriosa que parece unir toda a criação.

Na simplicidade de um conhecimento desenvolvido num passado distante, David acabara de transmitir essa sofisticada tecnologia interior como a sabedoria da nossa forma perdida de oração. Caso você ainda não tenha tentado, eu o convido a praticar neste momento essa forma de oração.

Pense em alguma coisa que você gostaria de ter em sua vida — qualquer coisa.

Pode ser a cura de uma doença física para você ou para outra pessoa, abundância para a sua família ou encontrar a pessoa perfeita para uma vida em comum. Seja o que for que você queira, em vez de pedir que o objeto da sua necessidade se realize, sinta como se ele já tivesse se realizado.

Respire profundamente e sinta a plenitude da sua oração realizada em cada detalhe, de todos os modos. Em seguida, agradeça o fato de sua vida ser como é com essa oração já atendida. Observe a sensação de bem-estar e libertação que advém do agradecimento, em vez da preocupação e ansiedade associadas ao pedido de ajuda! A diferença sutil entre bem-estar e ansiedade é o poder que separa o pedir do receber.

Um grande abraço e gratidão sempre.

Fonte: Segredos de um modo antigo de rezar

Wilson Figuerêdo

Psicólogo e Psicoterapeuta Holístico com Especialização: Saúde mental e Tanatologia Autor dos Livros: Escola da Vida... Caminho para a Felicidade - O Grande Encontro - Câncer... Por que Comigo? - Amigos Além Da Eternidade - Conhece-te a Ti Mesmo e Cures Suas Dores.

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