A plenitude
Tempo De Leitura: 2 minutosA plenitude de viver o momento presente segundo Bert Hellinger.
Um jovem perguntou a um velho:
“O que distingue você, que quase já era, de mim, que ainda serei?”
O velho respondeu:
“Eu fui mais”.
De fato, o novo dia que nasce parece ser mais do que o velho, pois este já foi antes dele.
Contudo, embora esteja nascendo, só pode ser o que já foi, e tanto mais será quanto mais tiver sido.
Como outrora o velho, em seu tempo, ele também sobe a prumo para o meio-dia; atinge o zênite antes do pleno calor, e parece demorar-se no alto – quanto mais tempo melhor – até que declina para o poente, como que arrastado por seu peso crescente, e só se completa quando, como o velho, tiver sido plenamente.
Porém, o que já foi não passou; permanece por ter sido, atua, embora tenha sido, e através do novo que o sucede torna-se mais.
Pois, como uma gota redonda de uma nuvem que passou, o que já foi mergulha num oceano que fica.
Somente o que jamais chegou a ser porque apenas o sonhamos, mas não vivemos, pensamos, mas não fizemos, apenas rejeitamos, mas não pagamos como preço por aquilo que escolhemos: somente isso passou; disso, nada nos resta.
O deus do momento oportuno nos aparece, portanto, como um jovem com uma franja na frente e uma careca atrás.
Pela frente, podemos agarrá-lo pela franja; por trás, agarramos o vazio”. O jovem perguntou: “Que devo fazer para vir a ser o que você foi?”
O velho respondeu:
“Seja!” Assim, viver a cada momento também significa: concordar a cada momento.
E onde fica a felicidade? Onde fica a alegria? Onde ficam os prazeres do amor? Dessa forma, onde fica toda a vida?
Eles ficam num movimento do espírito — agora.
(Bert Hellinger)
Livro: A Cura: